Entrar
no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID foi e está
sendo uma das experiências mais importantes para minha formação acadêmica e
profissional. O programa além de me dar subsídios de aprendizagem, também
contribui no processo de ensino e aprendizagem dos alunos e das professoras
coordenadoras como formação continuada.
Para
esta reflexão sobre minha formação e como o Pibid contribuiu, foi realizado um ateliê
biográfico costurando suas experiências, neste ateliê costurei um retalho
retratando um pouco de minha trajetória no programa, neste retalho destaquei
uma porta para representar minha entrada no programa que abriu uma porta para
minha formação profissional, fiz uma coruja para mim representar e uma menina
representando os alunos, os dois segurando a mesma pipa. Essas imagens representam
o processo de aprendizagem que foram absorvidos tanto por me quanto pelos
alunos, pois entendo que esse é um processo de mão dupla, onde todos aprendem,
os alunos estão adquirindo conhecimentos para tornarem-se cidadãos críticos e autônomos,
e “eu” construo minha formação acadêmica e profissional.
Posso
destacar que o projeto Pibid é uma porta de entrada para prática, porta esta
que foi aberta para mim e sou muito agradecida por isso, pois, está na escola,
na sala de aula, onde a professora Maria Lúcia nos dar autonomia para assumir a
sala me fez descobrir o que é ser professor e ter certeza da profissão
escolhida. Os dilemas e conflitos que foram encontrados nesse processo não
foram ruim, mas, uma forma de aprendizado e oportunidade de conhecer o que
realmente acontece na sala. Sendo assim, destaco três dilemas que foram marcantes,
o primeiro foi está na sala de aula com alunos do 4º ano do ensino fundamental
e perceber que a aula prática é bem diferente da teoria; segundo foi à resistência
da aluna Núbia “fictício” que nunca estava com vontade de fazer as atividades e
não nós dava oportunidade para ensiná-la; e o terceiro aconteceu em uma das intervenções onde o equipamento eletrônico não funcionou e atrasou todo nosso trabalho planejado, e foi justamente no
dia em que a coordenadora estava nós observando. Mas, hoje vejo que todos esses dilemas fizeram parte do meu aprendizado.
Toda esta
trajetória me possibilitou refletir sobre minha aprendizagem para prática
docente, principalmente porque ser pedagoga não era a profissão que eu sonhava,
mas, mim apaixonei no momento que tive experiência em sala de aula, segundo Pimenta
(2004), uma vez que, o futuro professor tem a primeira oportunidade de lidar
com a realidade que circundam a escola, conhecendo os desafios, prazeres,
conflitos, dilemas da profissão, irá se identifica ou não com a futura profissão.
Ou seja, ainda não tenho experiência suficiente na docência, mas, essa
preparação que o Pibid nos dá quando nos insere na escola onde podemos perceber
as questões relacionadas aos sujeitos e ao contexto escolar, é sem dúvida, um
momento de decisivo, no qual pude perceber que estou na profissão certa.
Nessa
perspectiva, ainda destaco a importância da observação da prática da professora
Lúcia com a qual aprendi muito, e com a continuidade do programa aprenderei
muito mais. Destaco ainda sua relação de afetividade com os alunos e como a
professora sempre busca nos inserir nesta
relação sem fazer distinção, possibilitando nosso processo efetivo entre
educando e educador. Segundo (ALVES, FONTES e MURICY, 2013, p.
2), “A afetividade é hoje considerada por
diversos estudiosos como fundamental na relação educativa por criar um clima
propício à construção dos conhecimentos pelas pessoas em formação”. Nesse
contexto os autores destacam que a relação do professor com o aluno em sala de
aula é de fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo e motor que são
responsáveis pelas capacidades de linguagens, sociais, afetivas e emocionais, que
transformará os sujeitos em formação em seres pensantes, capazes, críticos e
autônomos. Percebi também o quanto a sala de
aula é um ambiente complexo e o quanto é difícil gestar uma classe quando surgem
os desafios, os quais vou encontrar na minha carreira profissional enquanto
docente. Para gestar uma sala de aula é necessário saber mais que os conteúdos,
pois os desafios vão além de saber conteúdos, é preciso está atento ao
comportamento dos alunos, se antecipar a detalhes nos quais perceba que possa
haver um conflito, construir uma rotina em sala e deixar bem claro qual o seu
papel de professor.
O Pibid além
de ser um projeto de iniciação a docência, também é um projeto de pesquisa,
pois, desde que fomos inseridos no programa praticamos a pesquisa. Cada vez que
planejamos e vamos à escola para uma prática e retornando à reuniões com
discussões sobre o que deu certo ou não, ou vamos ao blog postar nossas
reflexões buscando autores para fundamentar nossa prática ou que esclareça os
dilemas que encontramos, estamos praticando a pesquisa, processo esse que está disponível
para todos e que faz parte da formação e da ressignificação da prática do
professor que é curioso e que está sempre atento às problemáticas de sua
profissão.
Outro
momento que considero muito importante é o planejamento e a construção dos
planos de aula que são elaborados
de forma coletiva, onde dialogamos e pesquisamos em fontes diferenciadas para atender
as necessidades diagnosticadas dos alunos buscando realizar um trabalho
significativo, contribuindo no processo de ensino e aprendizagem dos mesmos, e
ainda buscando o meu crescimento formativo e profissional. Sendo assim, nesse
processo colaborativo de construção das atividades propostas conseguimos perceber se existe a necessidade
de mudança e quais estratégias iremos utilizar para realizar essas mudanças e
alcançarmos nossos objetivos. Isso me fez perceber o quanto é importante ser
flexível para planejar e replanejar a minha prática. E com a ajuda dos colegas
esse processo se torna bem mais satisfatório.
Por tudo exposto, a experiência
vivida no Pibid me proporcionou encarar com mais segurança os dilemas da sala
de aula. Nesse sentido, entendo que minha formação se completa quando estou no chão
da escola, ou seja, na prática da própria profissão. Enfim, o programa foi à
porta de entrada para eu começar a me sentir uma profissional mais segura para
atuar no ensino fundamental, me tornando professora, pois a
relação que faço entre a teoria e a prática me permite ampliar o olhar sobre a
profissão docente e refletir sobre a mesma.
Referências
PIMENTA,
Selma Garrido e LIMA Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Ed.
Cortez, 2004. (Coleção decência em formação. Série saberes pedagógicos).