Planejar
essa intervenção me fez perceber o quanto é diversificada nossa cultura
musical, além das muitas particularidades que me era desconhecida. Essa
pesquisa enriqueceu meu universo de conhecimentos sobre a cultural musical,
seus ritmos e como surgiram. Começamos nossa pesquisa do universo musical no
todo, depois afunilamos para as particularidades de cada região do Brasil,
dando destaque a um único ritmo popular e ao instrumento principal utilizado
nesse ritmo.
Percebi
que os alunos conhecem superficialmente sobre a diversidade musical, eles não
conseguem relacionar os ritmos com suas regiões de origem e nem as
particularidades que cada ritmo tem, nem como surgiram. O conhecimento deles é
popular, conhece o que ouvem nas rádios, TV e celulares.
Um
momento que me chamou atenção foi o dia que anunciamos o ritmo que cada grupo
iria apresentar e construir um instrumento utilizado nesse ritmo, à maioria dos
alunos gostaram por serem ritmos conhecidos e fazer parte da rotina da maioria
deles. Mas 02 alunos foram muito resistentes por conta da religião que os dois
seguem, a ponto de afirmarem que a música escolhida era “oferecida ao demônio”.
Fato que nos levou a interromper nosso plano para explicarmos novamente sobre a
origem dos ritmos, seus significados buscando desconstruir tais preconceitos e a
ideia formada que esses alunos tinham de algo que não conheciam, mas que outros
lhes fizeram pensar assim.
Esse
episódio me fez perceber que devemos está preparados para esse tipo dilema em
sala de aula, pois são conceitos errôneos de conteúdos que são aprendidos no convívio
social de forma distorcida, e cabe a nós professores desconstruir tais preconceitos
que os alunos nem se dão conta que têm, pois reproduzem algo que lhes é imposto
socialmente e religiosamente.
Em fim,
após muita conversa e explicações sobre a origem dos ritmos, a relação deles
com o clima, a culinária, imigração, com os estados, conseguimos naquele
momento desconstruir aquela ideia errôneas desses alunos. Explicamos que o
importante não é você gostar de todos os ritmos, mas, respeitar a cultura
musical e o gosto do outro no ritmo escolhido. E a lição mais importante foi
que, no final todos se divertiram e dançaram por conta própria.
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