segunda-feira, 16 de março de 2015

Raio-X e Memórias da Infância e Alfabetização.



Meu nome é Maria da Paz dos Santos Sodré da Silva, tenho 34 anos, casada e mãe de um menino de um ano e sete mês, e vou falar um pouco do que lembro da minha infância e formação educacional. Minha infância foi muito boa, nasci em um sítio e tinha toda natureza à minha disposição, venho de uma família grande formada por 14 pessoas, e em conseqüência disso tínhamos algumas dificuldades e o orçamento estava sempre apertado, e ainda tinha meu pai que bebia e jogava. Minha alfabetização começou aos 5 anos de idade, em uma escola próximo de casa onde minha prima era professora, mas na época não fui matriculada pois as criança só iam à escola a partir dos 7 nos de idade, eu comecei antes pelo fato da professora ser da família. A escola era uma sala grande, onde se misturavam as séries (multisseriada), da alfabetização a 5ª série, onde uma única professora tinha que dar conta de todos.
Nessa época fui alfabetizada pelo método tradicional e antigo de aprendizagem o ABC, inclusive com a cobertura das letras com um pedaço de papel com um buraco no meio para que eu pudesse descobrir as letras que apareciam, também tinha a tabuada que quando não sabíamos era utilizado a palmatória para dar bolo na mão dos alunos, e ainda éramos colocados de castigo virado para parede, diferente das escolas de hoje que utilizam os método da pedagogia moderna, o bom que esse método não mim causou nenhum trauma, mas assim fui alfabetizada. Froebel (2001), Em um enfoque sociológico, podemos dizer que as atividades lúdicas são responsáveis, em parte pela transmissão da cultura de um povo, de uma geração para outra, tendo diferentes objetivos – ora são usadas para divertir, ora para socializar, também são usadas para ensinar ou, ainda, promover a união de grupos. “Já do ponto de vista pedagógico, as atividades lúdicas são usadas como instrumentos para transmitir conhecimentos.
Fiquei nessa escola até os 8 anos de idade, pois mudei para Ipirá-Ba., la o método era o mesmo, e lá estudei até a 4ª série, sempre tive uma boa relação com minhas ex professoras, pois eram conhecidas da família ou parente, e meu pai sempre ameaçava nos tirar da escola se recebesse alguma reclamação ou queixa das professoras ou de outros pais. Nessa época aprendíamos a fazer cópias de texto, respondíamos os exercícios dos livros e aprendíamos as quatro operações matemáticas, não tínhamos atividades lúdicas no sentido de aprendizagem ou incentivo da mesma. E por ser de uma família grande uma ajudava a outra nas atividades de casa, pois meus pais são semi-analfabetos e mau sabem escrever, também conheci crianças não tinha acesso à escola, pois precisavam ajudar seus pais nas plantações ou não gostavam de estudar mesmo. Froebel (2001) ressalta que o jogo constitui o mais alto grau de desenvolvimento da criança, a manifestação espontânea e natural do mundo intuitivo. Por isso, quando brinca, a criança está imersa em um mundo de alegria, contentamento, paz e harmonia, proporcionados pelo brincar espontâneo, sendo assim a atividade principal desta faixa etária e a única forma que a criança tem de expressar seu mundo interior, de se conhecer e de se organizar, porque na brincadeira a criança está exteriorizando seus impulsos internos. Para Piaget, aprender é mais do que assimilar ou incorporar objetos; é compreendê-los redescobri-los e recriá-los a partir das próprias ações sobre a realidade que a cerca, o desenvolvimento da inteligência se processa para que a criança possa manter o equilíbrio com o meio.
As escolas tinham um método muito rígido para com os alunos, os pais não participavam do dia a dia da escola, simplesmente colocavam seus filhos lá, não tinham o habito de saber das crianças como foi seu dia na escola o que aconteceu, se tinham atividades para casa.

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