domingo, 13 de março de 2016

EXPERIÊNCIA, FORMAÇÃO E PIBID

Entrar no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID foi e está sendo uma das experiências mais importantes para minha formação acadêmica e profissional. O programa além de me dar subsídios de aprendizagem, também contribui no processo de ensino e aprendizagem dos alunos e das professoras coordenadoras como formação continuada.
Para esta reflexão sobre minha formação e como o Pibid contribuiu, foi realizado um ateliê biográfico costurando suas experiências, neste ateliê costurei um retalho retratando um pouco de minha trajetória no programa, neste retalho destaquei uma porta para representar minha entrada no programa que abriu uma porta para minha formação profissional, fiz uma coruja para mim representar e uma menina representando os alunos, os dois segurando a mesma pipa. Essas imagens representam o processo de aprendizagem que foram absorvidos tanto por me quanto pelos alunos, pois entendo que esse é um processo de mão dupla, onde todos aprendem, os alunos estão adquirindo conhecimentos para tornarem-se cidadãos críticos e autônomos, e “eu” construo minha formação acadêmica e profissional.    
Posso destacar que o projeto Pibid é uma porta de entrada para prática, porta esta que foi aberta para mim e sou muito agradecida por isso, pois, está na escola, na sala de aula, onde a professora Maria Lúcia nos dar autonomia para assumir a sala me fez descobrir o que é ser professor e ter certeza da profissão escolhida. Os dilemas e conflitos que foram encontrados nesse processo não foram ruim, mas, uma forma de aprendizado e oportunidade de conhecer o que realmente acontece na sala. Sendo assim, destaco três dilemas que foram marcantes, o primeiro foi está na sala de aula com alunos do 4º ano do ensino fundamental e perceber que a aula prática é bem diferente da teoria; segundo foi à resistência da aluna Núbia “fictício” que nunca estava com vontade de fazer as atividades e não nós dava oportunidade para ensiná-la; e o terceiro aconteceu em uma das intervenções onde o equipamento eletrônico não funcionou e atrasou todo nosso trabalho planejado, e foi justamente no dia em que a coordenadora estava nós observando. Mas, hoje vejo que todos esses dilemas fizeram parte do meu aprendizado.    
Toda esta trajetória me possibilitou refletir sobre minha aprendizagem para prática docente, principalmente porque ser pedagoga não era a profissão que eu sonhava, mas, mim apaixonei no momento que tive experiência em sala de aula, segundo Pimenta (2004), uma vez que, o futuro professor tem a primeira oportunidade de lidar com a realidade que circundam a escola, conhecendo os desafios, prazeres, conflitos, dilemas da profissão, irá se identifica ou não com a futura profissão. Ou seja, ainda não tenho experiência suficiente na docência, mas, essa preparação que o Pibid nos dá quando nos insere na escola onde podemos perceber as questões relacionadas aos sujeitos e ao contexto escolar, é sem dúvida, um momento de decisivo, no qual pude perceber que estou na profissão certa.
Nessa perspectiva, ainda destaco a importância da observação da prática da professora Lúcia com a qual aprendi muito, e com a continuidade do programa aprenderei muito mais. Destaco ainda sua relação de afetividade com os alunos e como a professora sempre busca nos inserir nesta relação sem fazer distinção, possibilitando nosso processo efetivo entre educando e educador. Segundo (ALVES, FONTES e MURICY, 2013, p. 2), “A afetividade é hoje considerada por diversos estudiosos como fundamental na relação educativa por criar um clima propício à construção dos conhecimentos pelas pessoas em formação”. Nesse contexto os autores destacam que a relação do professor com o aluno em sala de aula é de fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo e motor que são responsáveis pelas capacidades de linguagens, sociais, afetivas e emocionais, que transformará os sujeitos em formação em seres pensantes, capazes, críticos e autônomos. Percebi também o quanto a sala de aula é um ambiente complexo e o quanto é difícil gestar uma classe quando surgem os desafios, os quais vou encontrar na minha carreira profissional enquanto docente. Para gestar uma sala de aula é necessário saber mais que os conteúdos, pois os desafios vão além de saber conteúdos, é preciso está atento ao comportamento dos alunos, se antecipar a detalhes nos quais perceba que possa haver um conflito, construir uma rotina em sala e deixar bem claro qual o seu papel de professor.  
O Pibid além de ser um projeto de iniciação a docência, também é um projeto de pesquisa, pois, desde que fomos inseridos no programa praticamos a pesquisa. Cada vez que planejamos e vamos à escola para uma prática e retornando à reuniões com discussões sobre o que deu certo ou não, ou vamos ao blog postar nossas reflexões buscando autores para fundamentar nossa prática ou que esclareça os dilemas que encontramos, estamos praticando a pesquisa, processo esse que está disponível para todos e que faz parte da formação e da ressignificação da prática do professor que é curioso e que está sempre atento às problemáticas de sua profissão.
Outro momento que considero muito importante é o planejamento e a construção dos planos de aula que são elaborados de forma coletiva, onde dialogamos e pesquisamos em fontes diferenciadas para atender as necessidades diagnosticadas dos alunos buscando realizar um trabalho significativo, contribuindo no processo de ensino e aprendizagem dos mesmos, e ainda buscando o meu crescimento formativo e profissional. Sendo assim, nesse processo colaborativo de construção das atividades propostas conseguimos perceber se existe a necessidade de mudança e quais estratégias iremos utilizar para realizar essas mudanças e alcançarmos nossos objetivos. Isso me fez perceber o quanto é importante ser flexível para planejar e replanejar a minha prática. E com a ajuda dos colegas esse processo se torna bem mais satisfatório.
Por tudo exposto, a experiência vivida no Pibid me proporcionou encarar com mais segurança os dilemas da sala de aula. Nesse sentido, entendo que minha formação se completa quando estou no chão da escola, ou seja, na prática da própria profissão. Enfim, o programa foi à porta de entrada para eu começar a me sentir uma profissional mais segura para atuar no ensino fundamental, me tornando professora, pois a relação que faço entre a teoria e a prática me permite ampliar o olhar sobre a profissão docente e refletir sobre a mesma.
Referências
ALVES, Jamille de Andrade Aguiar. FONTES, Everaldo Pinto. MURICY, Ana Lúcia. A Afetividade no Ensino e Aprendizagem de Matemática: Uma Análise da Produção Científica. Disponível em <http://midia.unit.br/enfope/2013/GT3/A_AFETIVIDADE_ENSINO_APRENDIZAGEM_MATEMATICA_ANALISE_PRODUCAO_CIENTIFICA.Pdf.> Acessado em 22/01/2016 às 16h:23mts.


PIMENTA, Selma Garrido e LIMA Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Ed. Cortez, 2004. (Coleção decência em formação. Série saberes pedagógicos).

8 comentários:

  1. Oi Maria da Paz,

    Sua narrativa é linda e implicada. Você traz a pesquisa a gestão e as reflexões nos blogs como categorias importantes na sua formação. Daí te questiono: Como você vem aprendendo a "gestar" uma sala de aula? Como vem enfrentando os dilemas diários? Como a pesquisa tem te ajudado a compreender a escola pública? Qual a importância das narrativas na sua formação? Vamos debater?

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    1. Bom dia!
      Gestar uma sala de aula não fácil, no inicio procurei observar a prática da professora Lúcia, e após leitura de autores que falam dessa temática procurei criar meu próprio método, mas não é fácil gestar uma classe.

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    2. Enfrentar esses dilemas não é fácil, principalmente que as salas de aula hoje tem alunos de níveis de alfabetização diferentes. Mas, o programa nos possibilita está voltando sempre aos teóricos para compreender o que aconteceu e assim buscar meios para superá-los, ou seja, esse processo de ir e vir na pesquisa é muito importante tanto em minha formação como para o aprendizado dos alunos.

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Belo relato Mary! Tenho certeza que você será uma profissional com diferencial e comprometida. No seu relato a todo instante você fala a respeito dos dilemas encontrados, qual a importância deles na sua formação?

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    1. Olá Nai!
      Hoje vejo os dilemas da sala de aula como aprendizado, pois, assim que eles surgem sinto a necessidade de buscar novos meios estratégicos para superá-los e fazer a diferença, ou seja, melhorar a minha prática.

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  3. Seu relato está riquíssimo Mary! Tenho certeza que os desafios existentes na sala de aula não irão te impedir de realizar um bom trabalho. Sucesso

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    1. Obrigado Jamille!
      Estes desafios existem para serem superados, e é o que busco fazer nesse processo de aprendiz de professor.

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